quarta-feira, abril 18, 2012

SOU SELVAGEM?


Sou selvagem?
Minhas garras e pêlos me denunciam
Meu andar quadrúpede assusta meus adversários.
Meu grito aflige minhas presas
Que sabem que estou perto.
Muitas são as tentativas de pedradores que me assolam,
Porém, se estou lhes contando essas memórias é porque sempre tive êxito
em minhas fugas e, muitas vezes apenas esperava
Comendo algum fruto em um galho, escondido.
Passeando então, nestes tempos onde meus parentes estão diminuindo de número e é raro fazermos uma toca, Estou só.
Nos galhos negros onde me equilibro, fugindo de um predador,
ainda mais voraz e sagaz, cruel e destemido.
Um dos Gigantes-Duas-Pernas que, falam sozinhos e com máquinas pequenas*.
São uma espécie nova que não ligam para família e caçam outros espécimes de
alimentos em um grande quadrado de areia dura e ferro trabalhado**.

Vago sozinho atrás das frutas das árvores que sobraram; as árvores, não as frutas!
Pois o dono do mundo não as deixa crescer mais além dos limites que eles próprios
medem***.
Se fosse isso apenas, seria doloroso mas, superável até certo ponto, mas, eles escravizam nossos
irmãos selvagens de todas espécimes. E os exibem como troféus, vivos ou mortos****.

A situação que, cresceu nossa aflição como selvagem está desesperadora.
Até mesmo o tempo, as noites e dias, calor e frio chegam ao extremo da nossa falta de
perspectiva; estamos sem conhecer nossa própria casa.
Estamos prisioneiros em nosso próprio habitat.

Sou selvagem ainda?
Do que terei orgulho agora?
Pergunto-me como somos nomeados, nós os selvagens, pelo animal que comanda nossa casa
nesses dias escuros?
O que será do futuro se nosso presente está fadado ao desespero de lutar não mais pela comida e abrigo mas, pela extinção de tudo?
Sou um sangui. Ainda espero que eu seja.
Será que já nomearam minha família com outro nome?
by Denilson Silva

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