segunda-feira, abril 11, 2011

O que é educar?

Fundamentos da Educação II
O que os animeis aprendem por “instinto” ou por coletividade genética, transpõe uma tênue membrana de paridade que nos assegura, diferenciando-lhes de nós, o posto de única raça animal pensante da Terra. Porém o animal, que não seja o homem, se submete aos homens, eles sabem como e quando devem ser açoitados por não obedecer a uma ordem do seu dono, possuidor, adestrador. O homem dominou toda a Terra e os animais que são tolerados em suas cidades são chamados domésticos ou estimados. Os outros são exibidos nos centros de parques (zoológicos) para fins de estudos científicos e até uma redenção do próprio homem por culpa de extinguir espécimes que não se acham na natureza mais.
As exibições e estudos desses animais são diretamente ligados ao clamor humano de aprender e teorizar sobre o algo aprendido. Não só o conhecimento de conteúdo mas o estímulo, vontade, amor ao trabalho de aprender são passados de geração para geração independente (na maioria das vezes) de retorno financeiro.
No mais simples ambiente de disseminação do conhecimento (onde se aprende), a escola, que tenta ser um campo neutro, ou de neutralidade metodológica existe uma das atividades profissionais mais importantes em todos os tempos o “educador (a)”. Na escola é visto o reflexo das várias culturas, posicionamentos políticos e religiosos no próprio educando que já chega à escola com boas influencias familiares. Por assim dizer, a escola é também a representação de uma instituição com direitos e deveres, louros e punições, emendas e atritos. Independente da instituição escola contemporânea, sempre houve a vontade de se passar de um menor conhecimento para um maior conhecimento. De menor valor para um maior valor. Como nos estudos de Jean Piaget (1896-1980), filósofo, biólogo suíço, sobre a cognição do indivíduo em desenvolvimento (bebê ->criança->adolescente->adulto...) onde atravessa estágios de aprendizagem, “onde o sujeito age sobre o objeto”. Ou também o de que o sujeito além da teoria citada já nasce, como que geneticamente, apto a aprender, como sugeriu Vygotsky (1896-1934):
“A arte é pensar por imagens”, porém “A imagem priva-se de sentido, sem imagem não há arte. As imagens se repetem em vários lugares e épocas diferentes. A imagem é propriedade de Deus e não do homem”.
Mas então, ao homem foi dada a habilidade (dom) da imaginação? (sabemos falar antes de ler ou escrever). Estamos vivendo o acumulo de tudo dito e pensado, testado e comprovado onde os direitos e deveres do ser humano devem ser aplicados mesmo que para isso seja imposta violência bem assessorada por pseudo-autoridades que ditam as leis, as aplicam a seu bel-prazer e agem antes de questionar. Essas próprias pseudo-autoridades que elegem os seus mestres educadores, multiplicadores de posicionamento...
Não se identifica pelo senso-comum, mas a Lei de que o homem é livre e tem o direito de ir e vir promulgada pelos poderes humanos, uníssono no nosso planeta nada mais é do que um plágio da lei Bíblica sobre o livre-arbítrio. Dada ao a homem com a condição de obediência a um poder maior sobrenatural.
Talvez essa seja a mais concisa forma de considerar um aprendizado, não imposto ou não dogmático, crendo em forças abstratas como o amor, do que se apoiar em ideologias falhas. Bertrand Russel afirmou que a guerra é uma instituição antiga criada há 6 mil anos e essa instituição é a resposta para muita contradição em nosso mundo. Nas palavras de Russel: “...Precisamos persuadir a humanidade para olhar sobre questões universais /internacionais de uma perspectiva nova, não numa disputa de forças, onde quem vence é o lado que tem mais habilidade em massacrar o outro, porém por uma união de princípios de Leis de acordos arbitrários”. ( RUSSEL, Bertrand. From “Science and religion”. 1978, p.63)
Diferenciamos-nos dos animais por querer saber: como e do que são feitas as coisas? Se tomássemos outras atitudes contrárias as que já tomamos o que aconteceria? Por que pequenas decisões que tomamos ou tomaremos influencia ou influenciará pouco ou muito ao nosso próximo e meio em que vivemos? Mas os animais só vivem por viver. Talvez este seja um peso tão grande, “o viver deles”, como é “o nosso viver” para nós. “ Os animais de uma mesma espécie se abraçam para se esquentar no frio quando dormem ao relento; os homens puxam o lençol alheio (grito nosso).

Fonte:
CUNHA, M.V. Psicologia da educação / capitulo III, Piaget. R.J., DP&A. 2000
RUSSEL, Bertrand. From “Science and religion”. IN: Creative reading and Writing. F. MERAT and M. Fabre. Cassel, 1978, p.63

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